O amor não existe!
se quiseres chama-lhe tudo
atracção, desejo, paixão
Tudo! amor, isso não!
crias imagens
romances, ficções
será talvez um conceito
realidade é que não,
não te iludas, não caias
o amor é para os fracos
e os vendidos à ilusão
Sei do que falo
acredita-me na experiência
que vendido, iludido,
me acreditei um dia amado
É falso tudo!
até as palavras
devoradas em dias gastos
e horas de esperança,
e renego até mesmo as cinzas
em repouso na pedra tumular
sob a qual perecem sonhos
e gestos secretos
votos e fotografias amaralecidas ao tempo
Acredito mesmo que até eu menti:
como pude alguma vez amar?
será possível algum dia tê-lo dito?
se o amor é ficção
não existe
tu não existes
eu não existo
nada é o que somos
almas errantes
num mundo vago
de corações vazios
esbulhados em quatro letras
tantas como até o ódio tem
mas tão ocas
quanto quatro letras podem ser
Um dia acreditei
hoje já não:
o amor não existe!
e eu também não
2 Comentários:
"fico admirada quando alguém,
por acaso e quase sempre sem motivo,
me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor.
o amor é saber que existe uma parte de nós
que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo
a essa parte de nós que não é nossa.
o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer."
José Luís Peixoto
Hummm...
A curiosidade trouxe-me aqui, a um belvedere d' anima, porém, desanimado...
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Este poema, era para se assinar ?
[leia-se corrido, em alta voz]
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