Miradouros de ontem
Miradouro de Santa Catarina
Neste miradouro imaginário,
aqui miro a minha alma,
miro ânsias e as esperanças,
sonhos de uma tarde chuvosa,
amores perdidos que não tive,
desejos que não concretizei,
passados que não os meus.
Miro os saltimbancos da vida,
acrobacias de fitas imaginárias,
desenhos de cores que não existem,
equilíbrios instáveis de planos falhados.
Miro as músicas que guardo,
sinfonias de sentimentos,
poemas que outros escreveram...
Notas de uma pauta sem sentido.
Miro e espero, e espero,
e enquanto espero, quero!
Quero pairar sobre o vale da vida,
abrir as asas quebradas e voar...
quero sentir a brisa de outra tarde,
beijar o sol que se vai erguer,
Fénix de uma nova manhã,
noutra vida em que vou renascer.
Do passado restam as imagens,
viro outra folha, fecho o álbum,
esta noite vou sonhar
1 Comentários:
o que fazer com o ontem?
se como li
a memória é uma visão de uma janela
de comboio
em que as imagens se sucedem
e a realidade está ali
mas não parece
as árvores moram com as suas raízes
junto aos rios
mas não lhes podemos tocar
se é real o que podemos
tocar
o que existe na memória existe tanto
como o homem poder
escapar à gravidade
fazer com o ontem
o que nos
bem aprouver
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