< Miradouro da alma: Diálogo

16 fevereiro 2006



Diálogo


Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro
continuando através de séculos impossíveis.

Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.

Nossas perguntas e respostas se reconhecem
como os olhos dentro dos espelhos. Olhos que choraram.

Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas. Mas com uma voz que não se importa...

E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.



Cecília Meireles

1 Comentários:

Blogger textura escreveu...

são estas as palavras que não consigo cantar quando sinto lágrimas que não são minhas a deslizarem-me face abaixo. uma espécie de saudades de quem não conheço.

16 fevereiro, 2006 13:26  

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