< Miradouro da alma: Orfandade

18 novembro 2005



Orfandade



Perdi-me do mundo
em que do ventre nasci,
acordei o mundo
chamei, berrei
e o mundo não acordou
e eu não o senti,
correu-me uma lágrima
e o mundo não me afagou,
nem sequer um abraço,
nem sequer um carinho.
Perdi-me da realidade
reneguei-a de mim,
sou filho da dor
ser alienado, irreal,
sem coração, sem amor.
Nunca soube quem sou
ou ao que vim,
sou talvez filho da perdição,
apátrida da vida
sem lugar no tempo,
sem parte no espaço,
perdido, desencontrado,
vagueio assim
órfão de tudo e de nada
sou possivelmente
apenas filho de mim.


JL

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