< Miradouro da alma: O silêncio

02 novembro 2005



O silêncio

É de pedra
este silêncio
em que me debato,
me quebro,
e me estilhaço
É de solidão
este silêncio
e espero palavras
martelos cravados
reprimidos,
na rocha tua
basalto do silêncio.
Sabes, porventura,
como grita, como urra...
o silêncio?
É um berro infernal
que te prende
e abafa o sonho
e te puxa para o fundo
enquanto estendes o braço
para o vazio...
e sufocas
no vómito
da náusea
embrutecida
em que te tornaste.
Enquanto esperas
na solidão
silenciosa,
de pedra negra.
Exaures-te,
na incerteza
de quem tu és.
Gritas o silêncio
contudo ninguém.
E no sono obscuro
anseias o que resta,
a fuga terminal,
e começas a sonhar
o que perdeste
enquanto a poesia
te morre nos dedos
então és tu,
por fim,
o silêncio.

0 Comentários:

Enviar um comentário

<< Home