Carta ao passado
Eu sei que pode ser difícil de entender, pelos diferentes modos de enfrentar a vida, mas o que de bom o passado me trouxe é-me difícil de ultrapassar simplesmente porque se integrou no meu ser e preciso dele para sobreviver me dá sentido ao existir. Eu não sou capaz de me enganar apesar de sentir a vida cada vez mais como um palco de teatro em que todos parecem representar algo que não são ou que não sentem, só para manter as aparências, em que para manter o fluxo das coisas também tenho o meu papel mas que me desgosta assim ter de o fazer. Aprendi que a vida vale a pena ser vivida pelo que é e não como ilusão mesmo que auto-imposta porque não funciono assim. Disse-o mil vezes que sou péssimo a enganar-me, facilmente me descubro. Eu não quero viver nas recordações mas não as posso renegar; no momento são o único farol no meio deste nevoeiro em que vagueio; procurei outros faróis de modo a sobreviver mas tudo se revela efémero porque são apenas coisas que preenchem o tempo mas não lhe dão significado. Posso entender todo este período como um lego em constante construção e desconstrução até achar uma forma melhor mas recuso-me a quebrar com as coisas que de melhor tive na vida porque não são sombras, são antes luz. Todas as coisas que partilhei não deixaram de ser minhas mas passaram a ser também de quem as partilhei e por isso valem ainda mais para mim porque têm esse valor acrescentado da partilha.
Não estou pior do que estava há um ano porque aí estava completamente perdido e sem nada, agora tenho pelo menos algo. Sinto que vou lutar apesar de por vezes não parecer; sinto que, apesar de a outros a vida ser suficiente sem que dela queiram exigir algo mais do que o socialmente requerido, eu vou exigir o máximo dela... e sei que me vou espalhar ao comprido. Sei isso de avanço, mas acho que não sei viver de outro modo sem exigir da vida. O que custa é fazer isso sozinho e custa muito. Sei as minhas culpas na vida mas sei que também nunca conseguiria viver sem parte de algo sem o qual morreria igualmente aos poucos. Eu, não peço a ninguém para reviver o passado ou com as recordações, se preciso delas é o meu modo de sobreviver, como já escrevi, apesar de poder ser dificil de entender. Mas sei que por vezes preciso de uma voz amiga e verdadeira no meio de tanta representação a que assisto neste teatro da vida; não sei se é pedir demais mas não custa falar, talvez seja mais fácil assim de entender.
Não estou pior do que estava há um ano porque aí estava completamente perdido e sem nada, agora tenho pelo menos algo. Sinto que vou lutar apesar de por vezes não parecer; sinto que, apesar de a outros a vida ser suficiente sem que dela queiram exigir algo mais do que o socialmente requerido, eu vou exigir o máximo dela... e sei que me vou espalhar ao comprido. Sei isso de avanço, mas acho que não sei viver de outro modo sem exigir da vida. O que custa é fazer isso sozinho e custa muito. Sei as minhas culpas na vida mas sei que também nunca conseguiria viver sem parte de algo sem o qual morreria igualmente aos poucos. Eu, não peço a ninguém para reviver o passado ou com as recordações, se preciso delas é o meu modo de sobreviver, como já escrevi, apesar de poder ser dificil de entender. Mas sei que por vezes preciso de uma voz amiga e verdadeira no meio de tanta representação a que assisto neste teatro da vida; não sei se é pedir demais mas não custa falar, talvez seja mais fácil assim de entender.
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